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Província de Goiás

Província de Goiás



Foi em 1894 que começou a história da presença redentorista no centro do Brasil. Pouco antes, em 1891 assumiu a pastoral da Diocese de Goyaz o bispo Dom Eduardo Duarte da Silva. Ele conheceu a realidade do povo do sertão, e com especial atenção, preocupou-se com a pastoral da Romaria do Barro Preto (Trindade), que reunia muita gente no primeiro final de semana de julho e que não recebia a devida assistência por parte da Igreja. O bispo foi à Europa em busca de uma congregação religiosa para atender a romaria, realizar as santas missões na região sul da diocese, e cuidar da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Campininhas de Goiás.
Visitou diversos superiores de congregações religiosas, mas não obteve resposta positiva. Procurou o superior-geral dos redentoristas na Itália, Pe. Matias Raus, que também negou o pedido. Dom Eduardo já estava bastante desanimado.
Segundo Mons. Francisco Ignácio de Souza, que acompanhou esta viagem do bispo, naquela noite o Pe. Matias teve um sonho com o fundador da congregação, Santo Afonso Maria de Ligório. E no dia seguinte, procurou por Dom Eduardo, e recomendou que fosse a Baviera, e lá conversasse com o superior provincial, Pe. Antônio Shopf, que iria enviar o grupo de missionários para Goiás.
Dom Eduardo Duarte, então, foi à Alemanha e acertou os detalhes da viagem do grupo redentorista para o Brasil. Logo tomou conhecimento que metade daquele grupo deveria ficar em São Paulo, para cuidar do Santuário de Nossa Senhora Aparecida, atendendo a um pedido do bispo de São Paulo, Dom Joaquim Arcoverde. Para Goiás, os designados foram os seguintes: Gebbardo Wiggerman (superior), João da Mata Spath, Miguel Siebler, e o clérigo Lourenço Hubbauer, além dos irmãos Norberto Waggenlehner, Ulrico Kammeier, Gebardo Konzet e Floriano Grilhist. Para São Paulo, os padres Lourenço Gahr, José Wendl, Valentim von Ridel (que adoeceu e só chegou ao Brasil no ano seguinte), e os irmãos Estanislau Schrafl, Rafael Messner e Simão Veicht.
O grupo de missionários pioneiros reuniu-se no convento bávaro da cidade de Gars em 20 de setembro de 1894, e receberam a visita do Superior-Geral: uma presença paterna, com orientações sobre os desafios que iriam enfrentar no Brasil. Pe. Matias deixou uma benção que certamente era a benção do próprio Afonso de Ligório, o fundador que criou a Congregação do Santíssimo Redentor para os mais abandonados, os esquecidos das montanhas de Nápoles, e (porquê não?) do sertão brasileiro. Esta foi a impressão do próprio chefe da missão, Pe. Gebardo, um ano após sua chegada ao país: "Estou seriamente tentado a afirmar que a Congregação foi fundada especialmente para o Brasil".
Da Alemanha para Goiás
24 de setembro de 1894: começo da viagem de trem rumo à Paris. Três dias na Cidade-Luz, e depois seguem para Bordeus. Lá permaneceram por uma semana, e aproveitaram para fazer uma visita ao Santuário de Lourdes, no dia 29 de setembro.

Primeiros Redentoristas daAlemanha vindos a Goiás


Primeiros Redentoristas da Alemanha vindo à Goiás
5 de outubro de 1894: eram duas da tarde quando embarcaram no vapor rumo ao Brasil. Viagem difícil, apesar de estarem na primeira classe com outros 600 passageiros! Foram 16 dias de viagem, chegando ao Rio de Janeiro em 21 de outubro pela manhã. De lá, embarcaram em 24 de outubro em um trem, rumo a São Paulo. Nesta ocasião, já avistaram o Santuário de Aparecida.
Na capital paulista, o grupo se dividiu. Os que vinham para Goiás partiram de lá em 5 de novembro. Seguiram de trem para Uberaba, na companhia de Dom Eduardo, em uma viagem de dois dias. Dali, partiram à cavalo em 17 de novembro, rumo a Campininhas de Goiás, numa viagem de 480 quilômetros que durou 26 dias.
A saga terminou às 13 horas do dia 12 de dezembro. Chovia copiosamente. Completamente encharcados, chegaram, finalmente, ao seu destino. Foram recepcionados pelo vigário, Pe. Inácio de Souza. Diante da Igreja Matriz da Senhora da Conceição, repletos de gratidão a Deus e a Virgem Maria, entoaram o Te Deum. Terminou a viagem: era o começo da missão redentorista no Brasil Central.
Primeiras décadas
A Vice-Província Bávaro-brasileira teve, por um ano, a sua base em Campinas. No ano seguinte, ela foi transferida para Aparecida. Em Goiás, foi construído o grande convento na área do atual Setor São José. Lá, até por volta de 1940 o alemão era a língua comum. A comunidade sempre contou com cerca de 4 padres e 9 irmãos, certamente por conta da necessidade de se implantar a infra-estrutura necessária para a subsistência da missão. Era referência para pouso e retiro do clero de todo a diocese. Até bispos procuravam a casa para momentos de recolhimento e oração.
Em 1899, um padre e um irmão redentorista foram morar em Bela Vista, para atender àquela paróquia e a cidade de Santa Cruz. Esta residência durou pouco tempo. A partir de 1924, um sacerdote e um irmão passaram a residir em Trindade, cujo convento foi canonicamente instalado em 1948.
O atendimento da paróquia funcionava da seguinte forma: um padre em Campinas, e os outros realizando o giro pelas paróquias do interior. "Seis meses na missão, seis meses em casa, por causa da chuva", foi o acordo estabelecido pelo Pe. Gebbardo com Dom Eduardo, ainda na Alemanha. Havia também as dificuldades de aprendizado da língua e a estrutura religiosa pobre que os missionários encontravam. Os redentoristas ficaram conhecidos por sua preocupação pela "salvação das almas", que consistia na verdade em despertar para a importância da vivência dos sacramentos. Neste sentido, não mediam esforços: viajavam por dias em estradas perigosas, expostos a perigos como as fortes chuvas, os atoleiros, brejos e os animais perigosos.
Os alemães continuaram a ser enviados ao Brasil até o final da década de 1930, mas depois a Província de Munique encontrou dificuldades por conta da Segunda Guerra Mundial. A partir de então, por solicitação do Pe. Geraldo Pires de Souza, foi criada a Província de São Paulo, em 26 de setembro de 1944, da qual passou a depender a missão de Goiás. Neste período, o número de membros brasileiros na missão já era maior que o de alemães. Já estava criada a estrutura formativa: o juvenato, no Seminário Santo Afonso em Aparecida; o pré-seminário São Clemente, de Cachoeira do Sul; e em 26 de abril de 1944 foi inaugurado o pré-seminário São José, em Goiás. Este seminário funcionou até 1964 no prédio da Vila São José, pois o novo convento já estava funcionando ao lado da igreja Matriz de Campinas.

Em 1960, a parte norte de Goiás onde hoje está o estado do Tocantins passou a ser atendida pelos redentoristas irlandeses, que depois iriam fundar a Vice-Província de Fortaleza. Sabendo disso, o Pe. José Ribolla, então provincial de São Paulo, propôs ao Governo-Geral ceder todo o território goiano aos irlandeses, no intuito de reforçar a equipe missionária nas outras frentes apostólicas de São Paulo. Os goianos não gostaram da proposta. Na consulta aos superiores, somente dois foram contrários à transferência do território goiano para os irlandeses: Pe. Miguel Poce, superior de Campinas, e Pe. Renato de Francisco, superior de Trindade. Segundo pesquisadores deste episódio, a posição dos superiores das comunidades de Goiás se dava ao fato deles considerarem como o berço da missão da província a presença em Campininhas de Goiás.
As negociações entre o Governo-Geral e os superiores provinciais de São Paulo e da Irlanda continuaram sob sigilo, até que a notícia se tornou conhecida dos confrades goianos em 1961. A intenção não era propriamente "a venda das casas de Goiás", mas foi o boato que circulou na província e que amargurou tanto os confrades que viviam aqui. O Pe. Ribolla, então, retirou a proposta junto ao Governo-Geral e encerrou o caso.
Neste período tumultuado, ocorreram duas importantes conquistas: a construção do novo prédio do Seminário São José na Vila Aurora e a consolidação da presença redentorista em Brasília. Há também um outro momento emocionante: a morte do Pe. Pelágio Sauter, em 1961. O missionário alemão que trabalhou em Trindade e Campinas está até hoje na memória do povo goiano, como o "Apóstolo de Goiás". Seu velório e sepultamento foi um dos mais concorridos da história de Goiás. Em 1963 começaram os preparativos para a instalação da Vice-Província, por iniciativa do próprio Pe. Ribolla. Alguns consideraram a decisão prematura, outros como um ato de reparação. Mas a Vice-Província de Brasília nasceu com quatro comunidades. O Superior-Geral, Pe. Guilherme Gaudreau assinou o decreto de criação em 7 de janeiro de 1964, e a instalação canônica ocorreu um mês depois, com celebração eucarística na Igreja Matriz de Campinas.
O primeiro superior vice-provincial foi o Pe. Juvenal Roriz, e os padres Raimundo Moura e João de Souza eram seus conselheiros. Eram 20 padres, dos quais 11 eram goianos. A criação da nova unidade possibilitou o investimento numa estrutura formativa própria para a região, que levou a um crescimento no número dos membros, bem com no surgimento de novas frentes missionárias nas regiões de Cavalcante, na prelazia de Rubiataba-Mozarlândia, nas dioceses de São Luís de Montes Belos, sul do Pará e nas periferias de Goiânia e Trindade, como também no sul do Maranhão. Também neste período, os missionários redentoristas iniciaram sua trajetória nos meios de comunicação social, com a aquisição da Rádio Difusora de Goiânia e a formação de um Sistema Redentorista de Comunicação, que chegou a ter outras rádios no interior do estado. Também surgiram neste período o Centro de Pastoral Popular, em Brasília, e a Gráfica e Editora Redentorista, em Goiânia.
Província Redentorista de Goiás
A criação de uma província no Brasil Central começou a ser discutida em 1990. O postulado foi aprovado em assembléia da Vice-Província de Brasília, realizada no Instituto São Francisco, em Goiânia: "propor à Província de São Paulo, e através dela ao Governo-Geral, a criação da Província de Brasília". O processo foi longo e burocrático. O governo da vice-província da época decidiu adiar a instalação e o processo ficou parado por um tempo. A partir de 1993 retomou-se o diálogo em prol da criação da nova unidade, considerando a vontade da maior parte dos confrades e mesmo a maturidade do grupo. No ano seguinte, o Pe. Juan Lasso de La Vega, então superior-Geral da congregação, comunicou por fax ao Pe. Fábio Bento, então superior vice-provincial, a data da instalação canônica da nova Província de Goiás: 11 de dezembro de 1994.
Aliás, aquele foi um ano festivo para os redentoristas do Brasil: comemoração dos 100 anos do início da missão. As celebrações começaram em julho do ano anterior, em Juiz de Fora-MG. O símbolo do centenário foi elaborado pelo jovem Kim, da Vila São José: uma bandeira brasileira estilizada, com uma cruz. A mão, que segura a cruz, foi acrescentada pelo Pe. Flávio Cavalca. A celebração do centenário da presença redentorista no Brasil ocorreu em Aparecida. O Pe. Maurício Brandolize assim registrou as emoções desta festa no Rapidinho de novembro daquele ano: "Nossa Vice-província de Brasília se fez presente nas comemorações finais do Centenário em Aparecida nos dias 28 a 30 de outubro. Lotamos um ônibus. Éramos quase 50 pessoas entre padres, irmãos e seminaristas. Dom Roriz também participou com entusiasmo. Todas as unidades do Brasil estavam lá. Compareceram ainda provinciais de diversas nações, totalizando uns 500 redentoristas. Tudo saiu a contento: acolhida, celebrações litúrgicas, encenações, sessão lítero-musical, confraternização, etc. Parabéns à Província de São Paulo! Um evento marcante, documentado em fotos, em vídeo e principalmente nos corações dos participantes. 100 anos de Copiosa Redenção! Chegou a hora de erguer os olhos, vislumbrar ao longe sempre um novo desafio!"
Em Goiás, a instalação canônica da nova província foi precedida por um congresso de Teologia Moral, organizado pelos padres Jesus Flores, Rafael Vieira e Fábio Bento. Em Trindade, foi realizado um encontro com mais de 700 jovens, organizado pelos padres Paim e Abdon, e pelos estudantes de teologia Paulinho e José Pereira. Naquele ano, a Assembléia Capitular aconteceu em Rubiataba. Paralelamente, era iniciada a construção do atual prédio do Seminário Pe. Pelágio, no Setor Ana Rosa, em Trindade.
A celebração do dia 11 de dezembro foi inesquecível! Estavam reunidos os membros da nova unidade: 50 padres, 9 irmãos, 3 diáconos, 4 estudantes na teologia, 4 noviços, 8 estudantes na filosofia e 10 no ensino médio. A concelebração histórica, no Ginásio dos Vicentinos em Campinas, foi presidida pelo Pe. Fábio Bento da Costa, e contou com a presença do então arcebispo de Goiânia, Dom Antônio Ribeiro de Oliveira, e teve a leitura do decreto de criação feita pelo Pe. Hélio Libardi, então superior-provincial de São Paulo. Certamente, a vibração daquela ação de graças plantou no coração de muitos o desejo de também anunciar conosco a Copiosa Redenção.
Mas uma triste surpresa veio logo após a festa: em 13 de dezembro de 1994, após uma cirurgia cardíaca, veio a falecer Dom Juvenal Roriz. Dias antes, o primeiro vice-provincial fez questão de se deixar fotografar ao lado do último vice-provincial e primeiro provincial de Goiás, Pe. Fábio. "Todas as vezes em que nos encontrávamos, ele não perdia a oportunidade de expressar o seu bem-querer. 'Eu lhe quero muito bem, falo de coração'. E confesso que era bom demais ouvir àquelas palavras." Assim escreveu Pe. Fábio naquela ocasião.
A Província Redentorista de Goiás celebrou, em 2009, os 15 anos de sua instalação canônica com o coração agradecido pela própria história, e entoou o seu louvor ao Deus que nos ama e que dispõe de nossos dons para o anuncio da Copiosa Redenção. O mesmo espírito daqueles que deixaram a Alemanha em 1894 para iniciar a missão no Brasil Central nos incentiva nas frentes missionárias de hoje: os romeiros do Pai Eterno, de Trindade e de todo o Brasil; os devotos da Mãe do Perpétuo Socorro no Santuário de Campinas; a presença junto ao povo de Deus das prelazias de São Félix, Cristalândia, Coari, e nas dioceses de Ipameri, Goiânia e Brasília; o anúncio pelas ondas do rádio e da televisão, na internet, nos livros e jornais; a pregação dos retiros e a orientação pessoal.
Trindade
Nos últimos anos deve-se destacar no trabalho missionário dos redentoristas de Goiás a obra de evangelização a partir do Santuário de Trindade para todo o Brasil pela Rede Vida de Televisão. As missas e novenas com a vigorosa mensagem do Evangelho alcançaram os corações de milhões de pessoas em todo o Brasil. Para nós isso é novo. É um modo novo de evangelizar. Houve um crescimento na participação dos romeiros que fazem peregrinação à Trindade semanalmente. A grande presença de romeiros no Santuário tem exigido uma maior atenção dos missionários que lá trabalham, pois é grande a procura por confissões e bênçãos.
Embora o trabalho pela TV, nestes primeiros anos, esteja sob a coordenação de apenas um confrade, há uma equipe de confrades que possibilitam o bom atendimento aos romeiros. A missão que acontece a partir do Santuário é realizada pela Província através dos confrades que compõem as comunidades do Santuário, Paróquia de Trindade e Seminário Pe. Pelágio. Os confrades dessas comunidades colaboram para que o trabalho de evangelização alcance o Brasil todo. Além da Rede Vida, o Santuário transmite missas e novenas através da Rádio Difusora de Goiânia, Rádio Trindade FM e TV Brasil Central.
O conselho pastoral do Santuário entendeu que é necessário construir um novo Templo, mais amplo e com todas as dependências necessárias e adequadas para a demanda de peregrinos. O Arcebispo de Goiânia com o consentimento do Conselho dos Consultores acolheu e aprovou essa iniciativa. O Santuário já adquiriu uma área de 12 alqueires onde será construída a Nova Basílica. Todo o projeto está em andamento.
Campinas
Outro grande centro de evangelização onde expressamos nosso carisma é Campinas (Coração de Mãe, Santuário do Amor), cuja igreja Matriz foi declarada Santuário Mãe do Perpétuo Socorro no ano 2000. Além de todo o movimento paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, o Santuário continua acolhendo milhares de devotos que semanalmente, em 15 horários de novenas (toda terça-feira), acorrem à Virgem Maria para pedir e agradecer. Com muito zelo os missionários celebram as novenas, as missas e, sobretudo o sacramento da reconciliação. Semanalmente são mais ou menos 20 mil pessoas que passam pelo Santuário. A pregação da Palavra de Deus é uma catequese permanente para a formação da consciência cristã e vivência da fé em comunidade. O Santuário conta com a colaboração valiosa de outros confrades que residem nas comunidades de Goiânia e Trindade. A Rádio Difusora de Goiânia é presença atuante na vida e missão do Santuário irradiando o Amor de Maria para todo o Estado de Goiás. Além do trabalho de evangelização, entre outras realizações, destaca-se a conclusão do Centro de Formação e a ampla reforma e embelezamento do Santuário para melhor celebrar os sacramentos e acolher os devotos de Nossa Senhora.
Mídia
O carisma missionário dos redentoristas de Goiás se expressa também nos Meios de Comunicação Social. Além da TV a partir do Santuário de Trindade (citados antes), a Província continua fiel à tradição de evangelizar através da Rádio Difusora de Goiânia e da Rede Católica de Rádio. Transmitimos missas e novenas; programas religiosos com músicas, mensagens, orações, catequese e informações sobre a vida nas comunidades; programas de debates sobre diversos temas com a participação de confrades interagindo com os ouvintes.
Na Rádio Difusora continua o jornalismo sério, comprometido com a verdade dos fatos e com o evangelho. A Rádio colabora com a formação da consciência crítica e cristã das pessoas.A Difusora acaba de passar por uma reestruturação administrativa que possibilitou a quitação de compromissos financeiros e a aquisição de um novo transmissor para operar em potência máxima de 50KW.
Outro grande meio de evangelização é a Scala Editora que produz subsídios de catequese, reflexão bíblica e litúrgica, novenas, etc. Nossos maiores produtos continuam sendo o Natal em Família e a Campanha da Fraternidade em Família. Esses dois subsídios têm grande tiragem e alcançam comunidades em todo o Brasil fomentando o encontro e a oração entre famílias e comunidades. A Editora lançará em breve alguns livretos de bolso sobre diversos temas existenciais para ajudar as pessoas a pensar, refletir, rezar e agir sobre as diversas situações da vida. É o começo de um projeto que esperamos ser bem acolhido pelo público.
Apostolado da Província de Goiás estão assim edificadas:

  • Sede Provincial – Goiânia/Go.
  • Paróquia Nossa Senhora de Lourdes – Goiânia/Go.
  • Paróquia Imaculada Conceição/ Matriz de Campinas – Goiânia/Go.
  • Paróquia Santíssimo Redentor – Goiânia/Go
  • Paróquia Nossa Senhora da Guia – Aparecida de Goiânia/Go
  • Paróquia Nossa Senhora da Guia – Trindade/Go.
  • Paróquia Divino Pai Eterno – Trindade/Go.
  • Paróquia Nossa Senhora da Abadia – Abadia de Goiás/Go.
  • Paróquia Sagrado Coração de Jesus – Goiandira/Go.
  • Paróquia São João Batista – Cumari/GO
  • Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro – Brasília/DF.
  • Paróquia Santo Afonso – São Sebastião/DF.
  • Paróquia São José Operário – Paraíso/To.
  • Paróquia Nossa Senhora das Graças – Nova Xavantina/Mt
  • Paróquia de São Sebastião – Confresa/Mt.
  • Paróquia São Pedro – Vila Rica /MT
  • Igreja Santíssimo Redentor/Igreja Servo de Deus Pelágio Sauter – Trindade/Go.
  • Capela de São José – Anhanguera/GO
  • Comunidade Nossa Senhora Aparecida – Confresa/Mt.
  • Santuário Divino Pai Eterno – Trindade/Go
  • Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro/Matriz de Campinas – Goiânia/Go.
  • Santuário de Nossa Senhora das Graças – Nova Xavantina/Mt
  • Juniorato São Clemente (Teologia) – Goiânia/Go.
  • Fraternidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (Noviciado) – Abadia de Goiás/Go
  • Postulantado São José (Filosofia) – Goiânia/Go
  • Aspirantado Padre Pelágio Sauter (Ensino Médio/Propedêutico) – Trindade/Go
  • Carmelo da Santíssima Trindade/Ordem das Carmelitas Descalços – Trindade/Go
  • Vila São José Bento Cottolengo/Santuário do Irmão – Trindade/Go


A História de Dom Jaime Collins, um Bispo Irlandês

The History of Dom James Collins, an Irish Bishop

Luciene de Sousa Ribeiro1

Instituto Federal do Tocantins

Rejane de Souza Ferreira2

Universidade Federal do Tocantins

Resumo: O presente texto é um relato introdutório de uma pesquisa memorialística que está sendo realizada com o intuito resgatar a história de um bispo irlandês que assumiu chefiar uma missão no antigo norte de Goiás, hoje Tocantins, consagrando grande parte de sua vida ao povo desta região. Dom Jaime Collins conseguiu melhorar significantemente a vida desse povo, pois além de seu trabalho missionário, ele também intermediava junto às autoridades políticas em Goiás, melhorias para saúde e educação, a fim de atender às demandas daquele povo, pois o norte de Goiás era bastante longe da capital e carente de políticas públicas.

Introdução

James Collins nasceu em 26 de janeiro de 1921, em Moyvane, no Condado Kerry, na Irlanda, filho caçula de Michael Collins e Catherine Collins. A família Collins teve, ao todo, oito filhos, dentre eles dois sacerdotes missionários e uma freira, o que era comum nas famílias irlandesas. James estudou o primário no St. Michael's College, em

Moyvane, posteriormente, com apenas 12 anos, entrou para o Seminário Menor dos Padres Redentoristas em Limerick, onde anos mais tarde concluiu o curso secundário.

Aos 23 anos, em 03 de setembro de 1944, foi ordenado padre, na cidade irlandesa de Galway. Um ano depois se especializou em Teologia Moral. Durante um ano e meio trabalhou como funcionário numa revista intitulada: "Redemptorist Record", de propriedade da Congregação Redentorista e também pregou missões. De 1947 a 1960, trabalhou como missionário nas Ilhas Filipinas, na Ásia, desempenhando por três anos a função de Superior do Convento dos Padres Redentoristas em Tacloban, onde conseguiu construir uma igreja e um mosteiro. 

Posteriormente, ainda em 1960, foi convidado para chefiar uma nova missão no Brasil, especificamente na região norte do estado de Goiás, na cidade de Pedro Afonso – Goiás, hoje Tocantins. Além de ser o superior do convento, também precisou assumir a função de vigário da Paróquia São Pedro por cerca de dois anos. A intenção da congregação era abrir uma vice-província no Brasil, vinculada à Província de Dublin, mas devido às dificuldades encontradas na cidade mencionada anteriormente, acharam melhor sediar a vice-província em Fortaleza, capital do Estado do Ceará. Então, padre Jaime Collins mudou-se para Fortaleza e permaneceu até 1966. Em 28 de julho do mesmo ano, recebeu a nomeação do papa Paulo VI para ser o bispo prelado da recém criada Prelazia de Miracema do Norte – GO.

Quando assumiu a Prelazia, Dom Jaime encontrou uma realidade bem difícil, praticamente não dispunha de recurso material, nem tampouco humano, contudo dispunha de muito entusiasmo, força de vontade e muitos objetivos. Para cumprir seus objetivos, por inúmeras vezes, ele recorreu aos demais estados brasileiros, ao seu país natal e a outros países para buscar recursos financeiros e humanos, por fim, conseguiu formar uma equipe capaz de atender a contento à demanda existente.

Na verdade, Dom Jaime foi um desbravador, mas não se pode falar dele sem se falar nos demais missionários redentoristas, em especial o Irmão Pascoal (Patrick Doherty Paschal), que também é irlandês. Este não foi ordenado padre, mas é um leigo consagrado religioso, por isso que é chamado de irmão, ambos pertencentes à Congregação do Santíssimo Redentor, uma congregação religiosa católica fundada por Santo Afonso de Ligório (34) , na Itália em 1732.

Primeiramente, em 1960, veio Dom Jaime com mais três padres, os demais vieram gradativamente, inclusive o Irmão Pascoal que veio para o Brasil em 1966. Quando a Prelazia de Miracema do Norte foi criada, o Irmão Pascoal passou a assessorar Dom Jaime mais diretamente, o que permitiu ao bispo ficar mais disponível para a missão do seu bispado.

1. Material e Métodos

O principal objetivo dessa pesquisa é investigar a trajetória de um bispo redentorista irlandês que viveu 39 anos no Brasil, sendo a maior parte desse tempo em Miracema do Norte.

De início, pretendemos entender o interesse da Igreja Católica em enviar missionários irlandeses para o Brasil, especialmente para o norte do estado de Goiás, no momento em que Jaime Collins foi escolhido para atender esse interesse. Assim, tentaremos responder essas e outras perguntas: o que teria motivado a vinda de missionários redentoristas irlandeses para o norte de Goiás? Qual a contribuição mais significativa que a presença destes missionários trouxe para a região?

Para isso, pesquisaremos os documentos existentes nos arquivos da Paróquia São Pedro, em Pedro Afonso, da Cúria, em Miracema e da Vice-Província de Fortaleza, bem como entrevistaremos pessoas que foram contemporâneas ao bispo. A partir dos dados coletados, realizaremos a análise, confrontando os dados com os contextos históricos irlandês e brasileiro. Em seguida, registraremos a trajetória deste bispo para que sua história não seja esquecida e também seus feitos sejam difundidos a quem se interessar, pois o mesmo, juntamente com seus confrades dedicaram-se diuturnamente, não só a propagar o Evangelho, mas em colaborar para que a população de Miracema do Tocantins e região tivesse melhor qualidade de vida. 

2. Resultados e Discussão

2.1. Os primeiros Irlandeses em solo tocantinense e a Vice-Província de Fortaleza, Ceará 

Gilberto Paiva, em seu livro sobre a Vice-Província referida, narra, a partir da transcrição de um depoimento do próprio Dom Jaime que em 15 de novembro de 1959, o bispo, na época padre James Collins, missionário redentorista de 38 anos de idade, estava em missão no Continente da Ásia, numa pequena ilha do Arquipélago das Filipinas quando avistou um pequeno barco e nele um confrade que trazia um telegrama do seu superior provincial. Paiva ainda enfatiza que Padre James, ao abrir a carta com curiosidade, se depara com o seguinte escrito: "Você foi escolhido para chefiar uma

missão nova no Brasil, parabéns! Volte logo à Irlanda. Padre Michael Curran, C.Ss.R." Uma carta semelhante fora entregue ao padre João Myers, que na época fazia um curso na Academia Afonsiana em Roma, onde é sediado o governo geral da congregação, e aos missionários irlandeses que se encontravam em seus próprios países: Padres Miguel Kirwan e Tiago McGrath.

A fim de atender a uma antiga reivindicação de Dom Alano Du Noday, bispo de Porto Nacional e também de Dom Helder Câmara, então Secretário Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, em 07 de maio de 1960, chegam em terras brasileiras, primeiramente no Rio de Janeiro, a bordo do navio S. S Uruguay Star vindos da Irlanda, via Londres, três dos primeiros Missionários Redentoristas, citados anteriormente. Eram eles: Padres João Myers, Miguel Kirwan e Tiago McGrath.

Todos foram recepcionados por 12 religiosos, sendo 8 seminaristas da Diocese de Porto Nacional que cursavam Teologia no Seminário da cidade do Rio de Janeiro, dentre eles Monsenhor Rui Cavalcante Barboza, que atualmente pertence à Arquidiocese de Palmas – Tocantins, Monsenhor Pedro Pereira Piagem e Cônego Cícero José de Sousa, ambos falecidos. Os irlandeses sentiram-se bem acolhidos pelos redentoristas que viviam no Rio de Janeiro e em São Paulo, depois passaram alguns meses em Goiânia, no bairro de Campinas com o intuito de estudar a língua portuguesa e conhecer um pouco da cultura brasileira. Padre Jaime Collins havia saído da Irlanda antes de seus colegas e ido de avião, primeiro aos Estados Unidos, onde tinha compromissos, depois para Belém, no Pará, passando por Pedro Afonso, em Goiás, e por último para o Rio de Janeiro, onde encontrou-se com os demais confrades. A má conservação das estradas brasileiras é um problema que perduram há anos, mas na década de 1960 praticamente não existiam estradas. Nesse sentido, uma viagem, de jipe, de Anápolis a Pedro Afonso durou três dias. Como havia falecido um padre franciscano em Goiás, decidiram que padres Jaime e Tiago ficariam e seguiriam posteriormente de avião, enquanto os Padres João e Miguel seguiram imediatamente de jipe pela rodovia Belém-Brasília numa aventurosa viagem. No dia 16 de agosto de 1960 estavam todos no destino, que à época contava com uma população de aproximadamente três mil habitantes.

Devido ao difícil acesso à cidade de Pedro Afonso e também por falta de recursos financeiros, a equipe precisou pensar em outro Estado para subsidiar o trabalho missionário. Como já havia outros missionários redentoristas em vários estados brasileiros, o Ceará apareceu como uma possibilidade promissora, apesar da distância.

Assim, Fortaleza foi escolhida para ser a sede da vice província dos redentoristas irlandeses no Brasil. Desse modo, a Missão Redentorista, que fora iniciada em Pedro Afonso, passa à vice província de Fortaleza no dia 02 de fevereiro de 1962, sendo o primeiro Superior Vice Provincial, o padre Jaime Collins.

O início em Fortaleza não foi fácil, conseguiram adquirir um terreno em um bairro afastado do centro, sem a infraestrutura necessária, também tiveram que visitar todas as casas da nova Paróquia para conhecer a realidade local e contribuíram, inclusive, com a distribuição de alimentos aos necessitados, com a ajuda da Cáritas Brasileira, que é uma entidade de promoção e atuação social ligada à Igreja Católica.

Em fevereiro de 1963, a Paróquia São José Operário, em Paraíso, Goiás, foi entregue aos redentoristas. No mesmo ano, o bispo de Iguatu, no Ceará, Dom José Mauro, solicitou a presença dos missionários redentoristas em sua diocese, com a intenção de elevar a capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro à matriz e entregá-la aos cuidados dos mesmos, o que de fato ocorreu em setembro de 1964. E posteriormente novas casas foram criadas no Estado do Piauí. No dia 28 de outubro de 1966, os missionários irlandeses receberam um telegrama do padre superior da vice-província da Irlanda comunicando que Dom Jaime seria nomeado bispo para a Prelazia de Miracema do Norte, que ora fora criada, realizando assim o desejo de Dom Alano de desmembrar parte de sua diocese e entregar aos missionários redentoristas. Assim, em 14 de setembro do ano seguinte Dom Jaime foi ordenado bispo em Limerick, na Irlanda, treze anos mais tarde foi a vez de padre José Hanrahan, que na época era o vice-provincial em Fortaleza e foi ordenado bispo para a Diocese de Conceição do Araguaia, no Pará, onde permaneceu até 1993. Apesar de pertencer a outro estado, a referida Diocese, faz limite com a Diocese de Miracema, dentre outras e, nos anos de 1967 a 1969 teve como administrador apostólico Dom Alano. Devido à demora no processo de nomeação de um novo bispo é comum o Núncio Apostólico, que é a representação do papa em um país, nomear, durante o  período de vacância em uma determinada diocese, como administrador apostólico, um bispo que tenha disponibilidade e que resida nas proximidades daquela diocese, para que não seja interrompido o trabalho planejado.

Inicialmente, devido à grande carência que existia no norte de Goiás, a Igreja precisava também preocupar não só com as questões da fé, mas também com todos os problemas que afligiam o povo. Então D. Jaime enfrentou grandes desafios frente à Igreja. Não contava praticamente com nenhuma estrutura física, assim teve que buscar recursos financeiros em outros países, podemos citar a construção da casa das religiosas, da Casa Episcopal, da catedral, e também do CTL – Centro de Treinamento de Líderes, às margens Rio Tocantins, um local belíssimo com capacidade para abrigar mais de cem pessoas. Ali realizavam todos os encontros, todas as formações para padres, religiosos e leigos e também sediava o Seminário Menor Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

Dom Jaime precisou também ajudar no desenvolvimento da região, principalmente de Miracema, cidade que ele amava, que com o tempo foi tornando referência para as cidades menores e mais próximas. Podemos destacar: a construção de parte do Colégio Tocantins, que foi entregue às Irmãs da Assunção e também da Maternidade Mãe Domingas, para que as mulheres não tivessem que ir à Porto Nacional quando precisassem realizar uma cesariana.

No ano de 1974, foi inaugurada uma equipe missionária volante, formada com o intuito de atender a toda a Diocese de Miracema e por vários anos estiveram firmes nessa perspectiva. Na verdade, era um acontecimento, pois pessoas viajavam longas distâncias para participar da missa, batizar seus filhos, casar e outros apenas para encontrar-se com os demais, ou mesmo conversar, inclusive na hora da missa, atrapalhando a celebração.

Um dos primeiros missionários que ainda vive no Brasil, Padre Myers, atualmente com 89 anos de idade, desde o princípio identificou-se muito com o sertão.  O mesmo vive na zona rural do município de Santa Filomena, no sudoeste do Estado do Piauí, onde, apesar da idade avançada, ainda desenvolve seu trabalho pastoral e presta relevantes serviços à Comunidade Santa Fé, fundada por ele há mais de 30 anos, conforme informações obtidas na página eletrônica: www.cabeçadecuia.com. Nos seus relatos, por ocasião da comemoração dos 25 anos (1985) de missão no Brasil, para uma edição interna, Pe. Meyers diz:

O calor. Para aqueles irlandeses de pele fina, acostumados ao gelo e ao frio do inverno de sua pátria, o calor daquela beira de Tocantins era um desafio....... Lembro-me das confissões. Aquelas filas enormes que iam até uma ou duas da madrugada. O sono chegava. Padre e povo piscavam! E nenhum se entregava. O povo porque queria, fazia um ano... Só vinha de novo daqui a um ano. E as filas continuavam. O padre levantava a vista o bastante para ver os pés na fila. Quando um se ajoelhava, outro par de pés tomava a vaga. – Ó meu Deus, será que esta fila não acaba nunca? Mas sempre acabava, lá pelas duas da madrugada. Portanto não era de se admirar, no fim do primeiro ano de trabalho: 22.133 confissões. (PAIVA,2011, p. 131-132):

Atualmente a Vice Província de Fortaleza, que permanece com sede no mesmo local, sob a denominação de Casa Central, encontra-se nos Estados do Piauí, Maranhão, Ceará e também tem uma missão na África, contudo pertence à Província de Dublin, na Irlanda, conforme pode ser visualizada na página eletrônica: https://www.redemptorists.ie/overseas-missions/brazil/.


3.2. O bispado de Dom Jaime Collins

Quando chegou ao Rio de Janeiro, D. Jaime juntou-se aos demais redentoristas irlandeses e foram para as cidades mineiras de Juiz de Fora e Belo Horizonte, a fim de visitar os redentoristas que viviam lá. É uma prática na Congregação escrever-se um livro de crônicas; nesse sentido, o cronista escreveu em 23 de maio do mesmo ano, ainda no Convento dos Redentoristas de Goiânia: "Começo oficial da primeira Missão Redentorista Irlandesa no Brasil. Possa Deus abençoar estas crônicas e, à medida que os dias forem passando, possam elas relatar grandes coisas feitas por Ele" (PAIVA, 2011, p. 106). Acrescentou ainda: "...Ficou decidido, entre outras coisas, acrescentar no Exame Particular uma oração especial pelas vocações nativas" (PAIVA, 2011, p. 107). Percebe-se que eles tinham a consciência de que os feitos não seriam deles, mas de Deus. E também a preocupação de rezarem para que surgissem vocações brasileiras.

Por ocasião dos festejos de São Pedro (junho de 1960), padroeiro de Pedro Afonso, os padres Jaime e João visitaram a cidade e, posteriormente, escreveram ao Atualmente a Vice Província de Fortaleza, que permanece com sede no mesmo local, sob a denominação de Casa Central, encontra-se nos Estados do Piauí, Maranhão, Ceará e também tem uma missão na África, contudo pertence à Província de Dublin, na Irlanda, conforme pode ser visualizada na página eletrônica: https://www.redemptorists.ie/overseas-missions/brazil/.

.2.3 O bispado de Dom Jaime Collins

Quando chegou ao Rio de Janeiro, D. Jaime juntou-se aos demais redentoristas irlandeses e foram para as cidades mineiras de Juiz de Fora e Belo Horizonte, a fim de visitar os redentoristas que viviam lá. É uma prática na Congregação escrever-se um livro de crônicas; nesse sentido, o cronista escreveu em 23 de maio do mesmo ano, ainda no Convento dos Redentoristas de Goiânia: "Começo oficial da primeira Missão Redentorista Irlandesa no Brasil. Possa Deus abençoar estas crônicas e, à medida que os dias forem passando, possam elas relatar grandes coisas feitas por Ele" (PAIVA, 2011, p. 106). Acrescentou ainda: "...Ficou decidido, entre outras coisas, acrescentar no Exame Particular uma oração especial pelas vocações nativas" (PAIVA, 2011, p. 107).

Percebe-se que eles tinham a consciência de que os feitos não seriam deles, mas de Deus. E também a preocupação de rezarem para que surgissem vocações brasileiras. 

Por ocasião dos festejos de São Pedro (junho de 1960), padroeiro de Pedro Afonso, os padres Jaime e João visitaram a cidade e, posteriormente, escreveram ao superior irlandês relatando a realidade daquela municipalidade, Dom Jaime demonstrava que Pedro Afonso não tinha futuro para a fundação da congregação, apesar de ter muita gente, segundo ele, "abandonada", no interior da Paróquia. Isso devia-se ao fato de que, na época, parte expressiva das comunidades vinculadas à Paróquia de Pedro Afonso, pertencia à zona rural e ficava de fato desassistida, em lugares longínquos. Na mesma oportunidade ele dizia que Miracema do Norte seria muito importante para a congregação.

Em vinte e dois de agosto de 1960, Dom Jaime recebeu a provisão de vigário na cidade de Pedro Afonso – TO, iniciando ali seu trabalho missionário, juntamente com os demais padres irlandeses citados anteriormente. Visitaram todas as cidades pertencentes à Paróquia, da qual tomara posse como 5o vigário. A área total da paróquia era de 37.400 km² e uma população de cerca de 40.000 pessoas, cuja densidade demográfica correspondia a um habitante por ², abrangendo os municípios de Pedro Afonso, Itacajá, Goiatins e Lizarda. Além da grande extensão geográfica, 85% da população viviam na zona rural.

Inicialmente a rotina consistia em acordar às 5 h da manhã, meditar na igreja, das 5 h 30 min até as 6 h, quando então rezava-se a missa em latim e individualmente, ou seja, um rezava no altar central e os outros dois nos altares laterais. Em seguida dedicavam-se aos trabalhos da Paróquia e estudo da língua portuguesa. Na parte da tarde havia novamente meditação da palavra e outros afazeres, sendo que às quartas-feiras havia a novena de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

Visitaram todos os municípios pertencentes à Paróquia São Pedro, sendo boa parte dos trajetos em lombos de animais. Nos seus relatos por ocasião da comemoração dos 25 anos (1985) de missão no Brasil, para uma edição interna, Pe. Myers diz:

(PAIVA, 2011, p. 131-132):

O burro era a terceira pessoa nas viagens de desobriga. Dizem que burro só trabalha para matar o dono. Mas Jesus uma vez precisou de um par de burros, nos protegia.Do ponto de vista do burro, a empreita não tinha muito futuro: carregar um irlandês gordo légua sem fim, pela Serra da Cangalha e Primavera, pelo Piabanha e Pe do Morro, tantas e tantas léguas, por tantos lugares escondidos, enterrados na imensidão do Sertão, tanto sobe e desce, sobe e desce. Ai, ai, meu Deus!

Após ouvir aos anseios do povo, sentiram a necessidade de revitalizar o Colégio Cristo Rei, que era uma referência para os jovens da região. Então solicitaram à Congregação na Irlanda que enviasse mais um colaborador, e então cerca de quatro meses após, especificamente em 03 de dezembro, chega à cidade o padre José Hanrahan para assumir a direção da referido Colégio e também as aulas de Psicologia, Matemática, Religião, Física e Química. Conseguiram aumentar o número de professores e de alunos. No Colégio Cristo Rei havia o Ginásio, com ênfase em Português, Matemática e Inglês e a Escola Normal em 4 opções, sendo: 1o) o curso clássico para a Igreja e a lei; 2o) o curso científico, que visava à Medicina; 3o) o curso Comercial e o 4o) o Normal que treinava professores para a escola primária.

Foram construídas várias capelas e formada várias lideranças. Como a Paróquia tinha uma fazenda, padres Jaime e João foram a São Paulo a fim de comprar um trator e no retorno estiveram em audiência com o governador de Goiás e quando falava a este que pretendiam fomentar a agricultura da região, conseguiram a doação de um caminhão usado e alguns barris de óleo diesel. Assim, com a experiência de padre João conseguiram cultivar, milho, arroz, feijão e batata.

Em uma carta de padre Jaime ao superior na Irlanda, Pe. Arthur Maloney, datada de 21 de abril de 1961, conforme citado por Paiva (2011), ele diz que havia ficado sabendo da existência de um Colégio Agrícola no município, iniciado pelo governo estadual antes da chegada deles, e que, apesar do volume de trabalho que eles já tinham, talvez pudesse assumi-lo também, Desse modo sugere que convide alguém da Irlanda para cuidar do mesmo. Em outra carta também citado por Paiva ao superior irlandês, de 31 de agosto do mesmo ano, ele diz:

Vim a Goiânia na semana passada para ajeitar o negócio da Escola Agrícola. Jânio Quadros renunciou, e quando eu cheguei era impossível falar com o Governador e havia soldados por toda a parte. Isso pode prejudicar o Estado de Goiás e mesmo o futuro da escola. Volto amanhã mesmo para Pedro Afonso porque tenho receio que as linhas aéreas fechem. (2011, p. 124)

Em novembro de 1961 chegam ao Brasil dois leigos irlandeses para cuidar da edificação da Escola Agrícola, onde atualmente funciona o Campus Avançado de Pedro Afonso, do Instituto Federal do Tocantins. Eram os irmãos: Jim Thornton, diplomado em agricultura e disposto a ficar no Brasil por dois anos e salário de 30 libras mensais e Marc Thornton, este carpinteiro e pedreiro, com salário de 25 libras por mês. Posteriormente eles cuidaram da construção também em Fortaleza - CE.  

A meta seguinte foi conseguir um gerador de energia, pois segundo padre Jaime Collins, perdia-se muito tempo, pois havia muito problema de energia, praticamente uma noite sim e outra não.

Por questões já elencadas anteriormente, em dia 02 de fevereiro de 1962, o padre Jaime Collins transfere-se para Fortaleza para uma nova missão, retornando posteriormente em 1966, como bispo prelado da Prelazia de Miracema do Norte – Goiás.

Considerando as dificuldades do Colégio Agrícola, padre Jaime obtém no ano de 1967, ajuda financeira na Irlanda e neste mesmo ano consegue que venha para o Brasil um engenheiro agrônomo, Sean Healy, e sua esposa Bárbara. Em 1968, ele traz outro engenheiro, Frank MCarthy, e sua esposa Siobhám. Segundo relatos, estes casais de leigos ajudaram muito no desenvolvimento da Prelazia, tanto com o profissionalismo quanto com a evangelização do povo do interior.

A Irmã Regina Maria Cavalcanti, da Congregação das Religiosas da Assunção, natural da cidade do Rio de Janeiro, onde vive atualmente, foi enviada em missão à Pedro Afonso, em 1968, e posteriormente a Miracema do Norte, onde passou a colaborar mais diretamente com Dom Jaime, visto que em Pedro Afonso a Congregação estava mais a serviço da Escola Paroquial. De 1971 a 1979, ela esteve na direção do Centro de Treinamento de Líderes, em Miracema, trabalhando na formação de lideranças das diversas pastorais da então Prelazia de Miracema do Norte. Atendendo a pedido, ela relatou, via e-mail, a sua experiência de vida no norte de Goiás, parte deste, transcreve-se abaixo:

No final de 1970 fui transferida para Miracema, a fim de, com outras três Irmãs, iniciarmos uma nova comunidade a serviço do Centro de Treinamento de Líderes. [...] Foi a partir desta época que comecei a ter um contato mais direto com D. Jaime e a conhecê-lo mais profundamente, o que me levou a admirá-lo. Grande, alto, forte, com uma voz de grande sonoridade, ele era, no entanto, um homem muito próximo do povo. [...] Grandes objetivos buscados por D. Jaime foram a formação de um clero autóctone, isto é, de padres da própria região que pudessem suprir às necessidades espirituais do povo, assim como a autonomia financeira da Prelazia.

Ambos estes objetivos tornariam a Prelazia capaz de ter vida própria, não mais dependente de uma Congregação, e abririam o caminho para que ela se tornasse uma Diocese.

De fato, desde o início ele teve uma preocupação com as vocações nativas, uma das prioridades foi a construção do Seminário Menor, onde alguns jovens cursavam o propedêutico e posteriormente eram enviados a Goiânia a fim de estudar Filosofia e Teologia. Ele acompanhava de perto esses jovens em formação.

Ainda segundo a religiosa Cavalcanti (2016), no discurso de posse como bispo prelado, Dom Jaime Collins demonstra um olhar para a evangelização e outro olhar para o desenvolvimento. Essas duas linhas de trabalho acompanharam Dom Jaime durante toda a sua trajetória no Brasil.

Nos longos anos em que esteve como Bispo em Miracema do Norte e depois Tocantins, sempre insistiu na educação da fé do povo por intermédio da evangelização, rumo ao compromisso da vivência cristã, buscando os meios de desenvolvimento emelhoria das condições de vida do povo daquela região. Isso vinha de encontro às decisões e orientações do Concílio Vaticano II5, que concretamente ele pôde aplicar na sua nova Prelazia.

As Comunidades Eclesiais de Bases, popularmente conhecidas como CEB's ornaram-se uma de suas prioridades. Inclusive no arquivo da Diocese de Miracema há uma carta, datada de 17 de novembro de 1987, escrita a um colega bispo em que ele diz que faz 21 anos que caminha ao lado do povo e que, quando tem bom senso, sente que Deus fala através dele.

Os movimentos sociais, especialmente com os "posseiros", os sem-terra, os indígenas eram numerosos na época e ganharam novo impulso sob a sua gestão, sendo que houve padres que correram risco de vida, pelo fato de se envolverem diretamente com esses movimentos, ajudando o povo a se organizarem através de associações de moradores e sindicatos, o que causava irritação nas autoridades que os viam como subversivos, visto que nesta época o Brasil estava em plena ditadura militar.

Podemos citar três casos, envolvendo redentoristas irlandeses, conforme relatos disponíveis no arquivo da Diocese de Miracema: primeiro, o caso de padre Bernardo Holmes, que foi preso em 20 de agosto de 1987, em Messejana – CE, sob a acusação de desacato à autoridade, durante uma manifestação de favelados; segundo, o caso de padre Martinho Murray, que na época vivia em Itacajá – GO e foi alvo de muitas ameaças devido sua solidariedade com os posseiros da região, que eram ameaçados e perseguidos devido a conflitos de terras e o terceiro, o caso de padre Patrício O'Sullivan, que inclusive respondeu processo de calúnia, difamação, injúria e incitação a crime por ter denunciado algumas pessoas que perseguiam o povo humilde.

Citemos partes do discurso por ocasião da posse como bispo prelado da Diocese de Miracema do Norte, transcrito no livro de Paiva:

A nossa região está em festa. No dia de minha posse como prelado, os meus sentimentos são de medo e de confiança. Medo diante da magnitude da tarefa e da responsabilidade a mim confiada. Graças a Deus, não sou inconsciente a respeito das condições desta região. Passei dois anos como Vigário em Pedro Afonso, naquela cidade aninhada entre os dois grandes rios Tocantins e Sono. Na Providência de Deus eu fui escolhido para ser pastor dessa região, para aqui desenvolver a Igreja na imagem do Concílio Vaticano II. É um programa que à primeira vista assusta, mas quero confiança e capacidade para realizá-lo. [...] Consciente de que os principais deveres de um sucessor dos Apóstolos são pregar o Evangelho e santificar o meu rebanho como administrador da graça do Sumo Sacerdote Jesus Cristo, escolho como lema 'Evangelizar e Santificar'. Neste lema, a meu ver, se resume todo o significado de ser bispo. Mas esta tarefa de pregar o Evangelho e conferir a graça de Deus sempre se realiza num ambiente concreto, numa situação particularizada, individualizada, a pessoas compostas de corpo e alma. O Evangelho de Cristo não se dirige às almas desmembradas, mas a homens, a homens de carne e osso, com seus problemas na família e na sociedade (2011, p. 240, 242).

Sob a imagem do Concílio Vaticano II, a que Dom Jaime se refere é justamente uma imagem de pobreza e simplicidade, de proximidade do povo, inserção em suas vidas reais. Foi a novidade que o Concílio trouxe à Igreja, é considerado um divisor de águas, onde muitas práticas executadas há anos não fazia mais sentido, mudança de paradigma.

Nesse sentido, no ano de 1980, devido a uma grande inundação no Rio Tocantins, ocorrida em Miracema do Norte, onde muitas famílias ficaram desabrigadas, vistos que suas casas, construídas de adobe, ficaram submersas. Graças ao trabalho dos missionários redentoristas foi possível viabilizar a distribuição de alimentos aos necessitados e em seguida a reconstrução de suas casas.

Em 1981, Miracema torna-se uma Diocese, e Dom Jaime foi nomeado o primeiro Bispo Diocesano. Posteriormente, com a edição da Constituição de 1988, acontece a divisão do estado de Goiás e nasce o estado do Tocantins, passando a ser Diocese de Miracema do Tocantins.

Até o fim do seu bispado, conseguiu ordenar oito padres diocesanos brasileiros e ainda deixou alguns seminaristas em formação, prestes a ordenar. Ele primava pela formação das pessoas que se dispunham a ajudar os padres na missão de evangelizar, os quais chama-se leigos. Alguns ele enviava para fora do Estado para que tivesse a formação adequada. Viabiliza bolsas de estudo na Universidade Católica de Goiás para jovens da região. Conseguiu construir e equipar a Maternidade Mãe Domingas em Miracema, além do Centro de Treinamento de Líderes – CTL, onde funcionava além da formação de leigos também o Seminário Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, fundado em 20 de fevereiro de 1981. Colaborou na fundação, em Goiânia, do Instituto de Filosofia e Teologia de Goiás, que hoje é chamado de Instituto de Filosofia Dom Jaime Collins, onde os seminaristas estudavam após concluírem o propedêutico em Miracema do Tocantins.

No final da década de 1990, Dom Jaime começa a sentir o peso da idade e o desgaste de tantas atividades e de tantas responsabilidades assumidas até então. Decide então pedir ao papa por meio do Núncio Apostólico, Dom Alfio Rapisarda, um bispo auxiliar e este o orienta a pedir um bispo coadjutor, isto é, um bispo que venha para trabalhar com ele, mas já estando definido que este seria o próximo bispo da Diocese.

D. Jaime aceita a sugestão, e apresenta três nomes para esta possível nomeação.

Contudo, não obtém nenhuma resposta. Em março de 1991, Dom Jaime reitera novamente o seu pedido. Trata-se de uma longa carta, na qual ele chega a dizer o seguinte, conforme cita PAIVA:

"Desculpe-me se falo de algo pessoal, pois eu sofro a frustração e a agonia de consciência de não poder atender às justas chamadas do povo de Deus nas comunidades no interior da Diocese. Faz cinco semanas que estou incapacitado por causa de uma queda que levei fazendo minha caminhada diária. Não posso atender aos pedidos do povo. Substituir por um presbítero não satisfaz, o povo quer o seu PASTOR, o Bispo (2011, p. 507).

Depois de muita espera finalmente a Diocese de Miracema do Tocantins recebe o franciscano norte-americano, Dom João José Burke. Após certo período de convivência e adaptação, Dom Jaime percebendo que Dom João José já estava o suficiente sintonizado com a realidade da Diocese, escreve nova carta ao Núncio, aos 28 de novembro de 1995, mas desta vez solicitando sua renúncia. De forma simples e humilde que lhe era peculiar, na referida carta ele reconhecia suas limitações e afirmava sua confiança em Dom João José. Segue alguns trechos desta carta na qual apresenta a sua despedida:

Além da idade, neste novembro já completei 48 anos nas Missões, quase treze nas Filipinas e quase trinta e seis no Brasil. Foi o meu privilégio passar esses anos todos em terras de missão, o que exige muita força física. Em 1981, eu tive que me submeter a uma cirurgia cardíaca, três pontes de safena. De lá para cá, tive que me submeter a mais duas cirurgias muito sérias. Não é de se admirar que as minhas capacidades físicas e mentais estão dando sinais penosos de desgaste. Esquecimento se torna um grande problema: trato de um assunto com um padre e logo esqueço tudo. Estou começando a perder o fio na minha pregação ou fala em público. Sofro de sonolência durante o dia e de insônia durante a noite. Escrever uma simples carta está se tornando uma grande tarefa. O stress proveniente desses problemas prejudica bastante minha saúde e minha tranquilidade. Por isso, e por outras razões, faço o pedido de que Dom João José Burke, OFM, seja nomeado Bispo de Miracema do Tocantins" (PAIVA, 2011, p. 612).

No ano de 1996, Dom João José Burke tornou-se o segundo Bispo Diocesano de Miracema do Tocantins. Contudo Dom Jaime ainda permaneceu na Diocese até 1999, quando então retorna à Irlanda, juntamente com o Irmão Pascoal, seu fiel companheiro nestes longos anos de serviço ao povo de Deus em Miracema do Tocantins e cidades circunvizinhas. Com certeza tê-lo sempre por perto fez a diferença no seu bispado, pois o Irmão Pascoal não media esforços para colaborar com tudo e com todos, além do mais, mantinha muito profissionalismo em tudo que fazia, desde as questões práticas da residência episcopal, do Centro de Treinamento de Líderes, do Seminário Menor, bem como de toda a Diocese. Os funcionários da época são unânimes em afirmar que preferiam tratar com ele, principalmente quando tratava-se de aumento de salário, pois ele era muito humano. Dom Jaime, por outro lado ratificava tudo que ele fazia. Após alguns dias internado na UTI de um hospital em Limerick, Dom Jaime falece em 04 de outubro de 2002. A notícia de sua morte se espalhou rapidamente entre os confrades redentoristas nas comunidades da Irlanda, das Ilhas Filipinas e da Vice-Província de Fortaleza, no Brasil. A Diocese de Miracema ficou em tristeza. Segundo relatos escritos nessa ocasião, todos tinham a certeza de ter perdido um amigo ou um pai.

Considerações Finais

Dom Jaime foi um missionário dedicado, extremamente solidário e preocupado com o povo. Além de propagar o Evangelho, cuidou do bem-estar das pessoas. Por intermédio da narrativa dos entrevistados, que já está em andamento, estamos reconstruindo passagens fundamentais da história de uma pessoa que tem muito a nos ensinar, pela sua dedicação e trabalho em prol da sociedade.

Foi um homem de coragem, dinâmico, teve toda a sua vida entregue ao serviço de Deus, deixou saudades em quem o conheceu e teve o privilégio de trabalhar com ele.

Via-se nele uma vida totalmente entregue a Deus em função de seu povo, ele era muito exigente consigo mesmo e com os outros, não aceitava injustiças. Impressionava pelo seu amor à oração e sua disponibilidade em atender a todos que o procuravam.

Possuía grande vitalidade, apoiados nos seus quase dois metros de altura e mais de 100 quilos e, quando sentiu que suas forças estavam acabando, teve humildade de reconhecer e solicitar imediatamente um bispo coadjutor, para que as pessoas que estavam sob o seu pastoreio, seu rebanho, não ficassem desassistidas, como ele mesmo disse "...substituir por um presbítero não satisfaz, o povo quer o seu PASTOR, o Bispo". E também quando sentiu que o coadjutor estava suficientemente habilitado, solicitou a nomeação deste como titular.

Será lembrado pela extraordinária maneira de trabalhar, pelo seu jeito de valorizar a pessoa humana, independente de classe social, raça ou cor.

Referências:

A Santa Sé: Documento do Concílio Vaticano II. Disponível em: www.vatican.va.

Acesso em: 10 set. 2016.

CABEÇA DE CUIA: Padre João Myers celebra jubileu de ouro. Disponível em: www.cabecadecuia.com. Acesso em: 15 fev. 2016.

DIOCESE DE MIRACEMA TO: Bispos. Disponível em: https://diocesedemiracemato.org.br/ Acesso em: 15 fev. 2016.

FREITAS, Marcos Cezar. A Historiografia brasileira em perspectiva. 7 ed. São Paulo: Contexto, 2012.

HOBSBAWM, Eric, Sobre História. Tradução Cid Knipel Moreira. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

PAIVA, Gilberto. A Vice-Província Redentorista de Fortaleza: Jubileu Áureo 1960 –2010. Aparecida: Santuário, 2011.

PIAGEM, Pe. Pedro Pereira.; SOUSA, Pe. Cícero José de. Dom Alano: O Missionário do Tocantins. Goiânia: Gráfica Nacional, 2000.

REDENTORISTAS: Quem somos. Disponível em: www.a12.com/redentoristas. Acesso em: 15 fev. 2016.

REDENPTORIST: overseas-missions. Disponível em: https://www.redemptorists.ie/. Acesso em: 29 jun. 2016.

VICE PROVÍNCIA DE FORTALEZA: Quem somos. Disponível em: www.redentoristasfortaleza.org.br. Acesso em: 15 fev. 2016.



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